CURSO REDES DE APRENDIZAGEM
ATIVIDADE: 1.3
COMPONENTES: RISELDA, FRANCISCA, LILIANA E
GRACIETES
FORMADORA: MARIA DO CARMO.
O homem contemporâneo, instituído a
partir dos ditames da razão na modernidade, corresponde ao modo de ser que se
revela como tecnológico. À essência da técnica moderna, liga-se a essência do
homem moderno. Esta essência é deflagrada em nossa época a partir da dicotomia
sujeito-objeto, instituída na modernidade com a apreensão do homem enquanto
sujeito, em detrimento de outras possibilidades de ser. Enquanto modos de
desvelamento de ser, tanto a técnica quanto o sujeito são verdades e
caracterizam o modo como ser se desvela na contemporaneidade.
O homem, ao assumir o modo de ser do sujeito, se relaciona com o mundo e com
sua época no distanciamento que objetiva tudo que lhe é exterior. Desse modo,
torna-se possível afirmar, com Heidegger, que o homem vive a época do
esquecimento da diferença entre ser e ente, diferença a partir da qual pode-se
compreender o ser que ele mesmo é.
O homem técnico e o esquecimento do
ser.
No instante em que o homem foi
apreendido no modo de ser do sujeito racional, instaurou-se uma época em que a
racionalidade seria a condutora do modo em que ele se coloca diante do mundo.
Ao sair da determinação da criatura, forjada pela teologia cristã da Idade
Média, na Modernidade o homem assume nas ciências, nas artes e na filosofia, o
caráter de medida a partir do qual os entes no mundo são apreendidos e classificados.
A relação do homem/máquina
constitui-se a partir das interdependências geradas nesse relacionamento
complexo e complementar; tal pressuposto admite a possibilidade do homem
investir em determinadas transformações sociais, mentais, ambientais, econômicas,
psicológicas, dentre outras. Tais intervenções irão implicar em outros usos da
tecnologia, bem como privilegiar diferentes direcionamentos e prioridades dos
projetos tecnológicos. Como refluxo o homem e a sociedade serão produtos também
do desenvolvimento tecnológico.
Os avanços da tecnologia mudaram profundamente os
hábitos da sociedade e as relações de trabalho. Os trabalhadores, quando não
excluídos desse processo, precisam estar sempre se reciclando para conseguir
acompanhar o ritmo do mercado que, cada vez mais, aumenta sua exigência.
“A presença do computador, da internet, de robôs no
ambiente de trabalho exigem que o trabalhador esteja em sintonia com as novas
tecnologias. Há, portanto, uma exigência constante por qualificação
profissional e, em alguns segmentos, uma mudança bastante radical do perfil do
trabalhador”, As tecnologias de informação e o aumento da importância do
processo eletrônico trouxeram mudanças nas relações de trabalho. O número de
trabalhadores com atividades operacionais diminuiu devido à robotização. Em
contrapartida, surgiram vagas destinadas a profissionais responsáveis pela
coordenação da produção e pelo gerenciamento.
Nesse processo de mudança, as grandes revoluções
sempre estiveram presentes. As transformações começaram com a Primeira
Revolução Industrial (séc. XVIII), em que a introdução do vapor, usado como
fonte de energia, deu início à modernização da produção e do desenvolvimento do
sistema de transportes. A Segunda Revolução Industrial (a partir de 1860 até o
início da Primeira Guerra Mundial) trouxe mudanças no processo da
industrialização, já que a eletricidade permitiu o desenvolvimento de produções
em série. Alguns estudiosos afirmam que estamos vivendo uma Terceira Revolução
Industrial, devido ao surgimento das tecnologias de informação e a substituição
da eletromecânica pela eletrônica.
O sociólogo Luiz Roberto Alves, professor da
Universidade Metodista de São Paulo, acredita que uma das consequências das
revoluções seria o aumento do tempo livre. “Anunciou-se que o advento das
tecnologias facilitaria o trabalho, aumentaria a eficácia das ações, provocaria
mais saúde ambiental e criaria espaços de tempo livre. No entanto, sua
implementação não obedeceu ao tempo humano da mudança, não respeitou a cultura
diversificada dos trabalhadores, não considerou a subjetividade e os valores da
relação entre o ser humano e sua extensão físico-social, em que se coloca o
trabalho”, acredita Alves.
Há uma grande dificuldade no processo de adaptação
da substituição do homem pela máquina, o que traz alterações no estilo de vida
do trabalhador, que precisa se preparar e se reciclar para acompanhar o
desenvolvimento do mercado de trabalho. “Para muitos profissionais, é
ultrapassada a ideia de que possuir um curso de graduação é o suficiente para
sua formação acadêmica”. A necessidade de ter uma especialização tornou-se um
fator decisório e eliminatório.